Eu não estou PRE-PA-RA-DA
Arthur chegou em casa cantando
Anitta. “Prepara, que agora, é hora, do
show das poderosas, que descem, rebolam...” Cantou do início ao fim, sob o
olhar incrédulo e decepcionado de nós, pais...
- Puxa, Arthur, onde tu aprendeu essa música?, perguntei, surpresa.
- Na escola, mamãe!, respondeu, empolgado.
Ploft...
Eu sabia que isso um dia ia
acontecer. Mas não é por isso que vou deixar de sentir. Mas sentir o quê? Tristeza,
decepção e confusão... tudo junto. Confusão... sim, estou confusa. Por que me senti tão triste? Por que tanta decepção?- Na escola, mamãe!, respondeu, empolgado.
Ploft...
CONFUSÃO 1:
“Puxa, criamos nossos filhos para o mundo”. É, é fácil falar... Mas
quando tu atenta para as músicas que tu apresenta para teu filho... e vem “o mundo” na direção contrária... é
duro.
Deixei de ver novela e BBB (sim, admito
que gostava) por dois motivos: sobrar mais tempo com eles e não expô-los a
cenas inapropriadas para a idade.
“Puxa, mas a maldade está na cabeça dos adultos”. Essa é mais uma falácia. Estamos tratando
aqui de músicas com conotação sexual. “Ah,
mas cantar funk não torna a criança uma pervertida”. Ah tá, então isso me dá o
direito de incentivá-lo a cantar músicas vulgares? Só porque ele não entende? O
fato de eu não entender mandarim dá o direito de alguém que entende a me
ensinar uma música vulgar em mandarim? Será mesmo? Isso é ético? Esse é o meu
papel como mãe?
Outra questão: se eu posso oferecer a ele músicas infantis ou músicas
de adulto sem conotação sexual, por que logo eu, a mãe, vou incentivá-lo a
ouvir músicas vulgares aos 4 anos de idade? Eu não encontro essa resposta.
CONFUSÃO 2:
Bom, sanada (ou não) a confusão
1, ou seja, eu não aceitar que essa música seja apropriada, o que digo a ele?
Tentei explicar que a música “não é
educada” e ele, inocentemente, me disse que gostava. Insisti delicadamente e
ele aparentemente aceitou.
Aparentemente, porque dois dias depois me procurou para dizer que a
música era legal e que os colegas também gostam.
Conversei com a escola, que me
disse que orienta às crianças que esse tipo de música “não é de escola”, mas percebe-se que alguma coisa nesse “método” não está funcionando.
“Não é educada” e “não é de
escola”, e ele quer cantar em casa e na escola...
CONFUSÃO 3:
Bom, sanada (ou não) a questão 2,
fico pensando: então, toda vez que eu não concordar com algo, vou dizer “em casa, não, meu filho” para ele? A
longo prazo, isso é um tiro no pé, eu sei. Eu, que sempre fui a favor de
ensinar o filho a beber (“ensinar”,
não “incentivar”, ok?!) quando chegar
a hora, justamente para haver uma cumplicidade e uma confiança entre pais e
filho, agora me vejo acuada, encurralada.Sabe gurias... eu sei que esse dia ia chegar: o dia de o mundo lá fora se impor. Eu desafiei minha mãe também (não aos 4 anos, eu acho risos), eu sei que faz parte. Mas, de novo, não é por isso que vai deixar de doer. Até porque foi a primeira vez, e na primeira vez nunca sabemos como agir direito. E é assim que me sinto.
A única alternativa que vejo no
momento é ouvir meu coração e continuar exercendo bravamente meu papel de mãe no que se refere a músicas
vulgares e inapropriadas, com total apoio do meu marido.
Mas falta encontrar a
melhor forma de tratar sobre o assunto com uma criança de 4 anos. Gostaria de algo lúdico, mas eficiente.
É, eu ainda não estou
PRE-PA-RA-DA.
BeijosSigrid.
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Bah, eu tb estou com estas mesmas questões com minha pequena de 6 anos... Não sei se neste ano este tipo de música está mais em "voga", mas não tinha acontecido isto antes...
ResponderExcluirBjs!
Nem me fala, Dani... ele deu um tempo lá em casa, acho q "leu" meu post he he he! bjooo
ResponderExcluirNa vida quase tudo aparece em uma luta de forças opostas, tentando pender a balança pra um lado ou outro. Assim, seu lado da balança vai ser zelar para que ele conheça a imoralidade, inadequação, impropriedade, de músicas como esta, por exemplo. O resto do mundo vai ficar tendendo pender a balança para o outro lado. Se mantenha firme em suas convicções, é o seu papel.
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